Prece ao maior abolicionista
oh! ‘O Navio Negreiro’! oh! ‘Vozes d’África’!
tua saga poética nas espumas do Oceano
teu dom imensurável de rara beleza
teu glorioso louvor de sinergia fluente
tua amável Castro Alves no torrão baiano
teu Curralinho de elegante singeleza
tua vértebra amante, oh! Paraguaçu vidente!
tua mensageira Fazenda das Cabaceiras!
tão sublime a missão ‘Poeta dos Escravos’
tão grandioso o epíteto que nos enobrece
tão comovente quanto cristão liturgia
tão imaculada a face de espinhos e cravos
tão sonoro o cântico que nos enaltece
tão social quanto melódica harmonia
mero fato o revés fugaz com tua Eugênia!
oh! angústia! a fuga da mulher amada!
oh! clemência! a escravidão tão hostil!
oh! veia soberba! a poesia redentorista!
oh! Santo Deus! a gente negra aguilhoada!
oh! vate condoreiro! o olhar tão varonil!
oh! dor! a sina do disparo fatalista!
José do Patrocínio! Joaquim Nabuco!
luzes triunfais sempre em nossa Memória
vozes forenses contra a horrenda senzala
mas inda jovem, poeta, a ti o povo proclama
alçando-te aos honrados píncaros da glória
e esta Academia, que a vastidão propala,
‘Oh! Bendito o que semeia livros…’ – declama!
oh! sertão sacro! oh! tão fértil tenacidade!
Poema classificado em primeiro lugar no Concurso Poemas e Crônicas promovido pela Academia Teixeirense de Letras, cujo resultado a ATL oficializou em 18 de março de 2017, em homenagem à data de nascimento do poeta Castro Alves, seu patrono máximo, em 14 de março.
João Carlos de Oliveira, editor deste blogue, membro-efetivo da Academia Teixeirense de Letras, uma vez obtido o primeiro lugar, considera por bem divulgá-lo a seus honrados leitores.
Abraços.
Quão grande é o prazer de poder juntar-me aos leitores de sua coluna e ao mesmo tempo externar a minha admiração pela procimidade com a leitura .
Parabéns .
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