RE, de origem latina (re), indica repetição: reabastecer, reabilitar, rebrotar, recomeçar, recompor, redizer, reestruturar, refazer, reiniciar, ressalvar.
Normalmente, não é acentuado, mesmo que venha separado do vocábulo principal por um hífen: re-editar, grafia que pode gerar dúvida e podemos encontrá-la de forma diferente em textos modernos, mas a Reforma Ortográfica diz que as vogais EE, seguidas, não precisam estar separadas, como ocorre com ii e oo em anti-inflamatório e micro-ondas.
Reeditar, assim se usa reestabelecer, reestruturar.
Atenção que existem outros termos com a grafia RE, embora não se trate desse prefixo, a maioria com acento agudo.
Ré, substantivo, feminino de réu.
Ré, substantivo, marcha do veículo, marcha à ré.
Nada tem a ver com a nota musical ré, tida como de elevada importância, a segunda da escala antecedente às demais, em número de sete, com suas variantes ré-maior e ré-menor.
Ré, do termo latino retro, o espaço compreendido entre o mastro grande e a popa do navio, com a ideia de ‘a parte que fica atrás, a traseira, o traseiro’, segundo nos diz um bom dicionário.
Re (sem acento gráfico), o símbolo químico do rênio, metal branco brilhante, extremamente denso, de aplicações específicas por sua elevada resistência ao calor. O reino, de largo uso industrial, é similar ao manganês (dados que também a Internet nos traz).
RE, com outras significações, serve-nos de orientação para observarmos que o elemento RE pode estar num texto e nada ter a ver com o prefixo.
Re, o prefixo, tem a valia de muitos significados em vocábulos que usamos no dia a dia.
Reação, reagir, repelir, palavras que trazem a semântica de ação retroativa.
Réplica, restituir, com a ideia de reciprocidade, troca.
Reluzente, reluzir, rebrilhar, que traduzem o sentido de intensificação da ação.
Certamente, aprendemos esses aspectos no uso diário, após fixarmos o básico: re indica repetição; na dúvida, consultamos um compêndio, que tudo é sanado; às vezes, podemos encontrar um engano nas explicações da Internet.
Um texto corrigido por mim, a pedido de ilustre professor com seus pupilos concluintes de curso superior, havia algo similar a esta redação: “Eu tive de refazer a pesquisa de novo” (sic), o que nos leva a propor estas redações: Eu tive de refazer a pesquisa, Eu tive de fazer de novo a pesquisa, Eu refiz a pesquisa, Eu fiz a pesquisa de novo. (Entre outras.)
Alguns vídeos mostram jogos divulgados via internetês, e os locutores, de boa dicção e voz possante, podem cometer alguma gafe, cuja redundância é clara quando dizem: O dispositivo será novamente reabastecido.
A linguagem, como vemos, é pleonástica de forma viciosa.
Podem usar ‘O dispositivo será reabastecido’; ‘O dispositivo será abastecido novamente’. Será de novo abastecido.
Isso ocorre porque o momento exige pressa, e podemos nos enganar, além de a linguagem falada ser um pouco ‘perversa’, deixando-nos em apuro sem prévio aviso.
Se alguém usar a frase, falando ou escrevendo, ‘Vou refazer de novo’, deve corrigi-la para Vou fazer de novo, vou fazer novamente, vou refazer. Vou refazer isso pela décima vez.
O corre-corre nos pode induzir ao erro de linguagem, o que fica perdoado.
Fica assim.
Como fechamento de hoje, peço a Vossa Senhoria, nobre visitante, a licença para dar uma notícia supimpa, arretada de boa para um sertanejo, ainda por eu ser um poeta anônimo, membro-efetivo da Academia Teixeirense de Letras (ATL), o baiano aqui com 11 livros de poesia publicados, outros a publicar, com participações em concursos literários, premiado com contos, crônicas e poemas.
O Prêmio Off Flip 2024 (Poesia) me honra com a publicação do poema O Poeta Solitário no Último Trem, página 123.
Em 2023, foi a vez da crônica O Menino e a Raposa, que analisa fato ocorrido em minha infância, atacado por uma raposa hidrófoba (socorrido que fui por meu irmão mais velho).
Na querida ATL, que promove anualmente o concurso Prêmio Castro Alves de Literatura, do qual podem participar membros da Academia (versão interna) e escritores desta região (versão externa), tenho tido boas classificações, em todas as escalas, terceiro, segundo ou primeiro lugar, ou menção honrosa.
Este ano, com a tragédia no RS, a FLIP Tchê realiza evento literário monumental: o concurso de nível internacional (Brasil e outras nações), além de toda a plêiade gaúcha, cuja renda será revertida para minimizar prejuízos na região.
Este poeta humilde está lá: adquiram, por favor, se puderem, para os que gostam de literatura, de alto nível, um exemplar da obra, que já está no prelo, mas pode ser adquirida no estado de pré-venda.
O texto Tresloucado Poema Abstrato foi premiado em primeiro lugar em Poesia, João Carlos de Oliveira, Teixeira de Freitas, Bahia.
Para mim, uma honra, mas certamente o poema faz jus a esse direito.
Basta pesquisar ‘Resultados FLIP Tchê 2024’, ver os classificados e textos selecionados, depois buscar a loja e fazer a compra.
Peço desculpa por divulgar aqui essa notícia.
Perdón.