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A gramática e suas normas. O estudo do Português, que querem que seja chamado, aqui, Português Brasileiro

Não seria tão fácil, mas não se trata de algo tenebroso, como alguns querem dizer, o estudo do Português, admitindo que tem muitas regras, que seriam complexas ou não ofereceriam boa aprendizagem.

Todos os idiomas têm suas regras; algumas desnecessárias? Outras incongruentes ou incompreensíveis?

Há idiomas muito mais difíceis quanto à sua aprendizagem. O Mandarim, importante pelo número de usuários, oferece difícil aprendizagem, dizem alguns filólogos.

Todos requerem boa dedicação, persistência, pesquisa, e muitos seguiriam esse caminho? Por isso, reclamam e cometem muitos lapsos?

Estou fazendo um estudo paralelo do Espanhol, e vou bem, desculpada a imodéstia, e acato a informação da Instituição de renome mundial onde faço ‘meus estudos diários’. Ainda não sei falar direitinho, mas já escrevo bem e traduzo de forma satisfatória trechos de artigos e ‘de muchas canciones mexicanas’, que são lindas, com boa mensagem, mesmo que tratem o amor como sofrimento.

Cada um sofre do jeito que quer, pode ou admite.

O que quero, hoje, é o fazer de conta que estou em uma aula com cerca de 20 alunos secundaristas, e, eles curiosos, me tascam perguntas, ora irônicas, outras curiosas, mas com vontade de aprenderem mais e conhecerem o idioma de que tanto se reclama.

Esta semana, um artigo com fundamento, em nível superior, registrou ‘auto-aprendizagem’; já vi ‘anti-social’, quando a Reforma Ortográfica, com mais de uma década de existência, determina que essas grafias sejam autoaprendizagem e antissocial, alterando a regra do uso de hífen em muitas palavras prefixais, que antes o exigiam.

Lembremos as grafias autoescola, antissemita, antisséptico, e outras do mesmo padrão, hoje, comuns, da mesma forma que usamos antirrábico, e não pode ser anti-rábico nem anti rábico.

Se não seguem o que a regra determina, por que reclamar?

Por que o douto, referindo-se ao ano em curso, diz ‘Esse ano‘?

O ano em curso, 2024, é este, bem na nossa frente, no cotidiano, no dia a dia.

O que passou, esse, e o muito distante, aquele.

Vamos tentar dizer o que aconteceria na aula de que falei, como foi comum na minha vivência em muitas delas.

Faça de conta que você está em uma aula dessas. E de forma sucinta, depois de muitas perguntas, a exposição deste professor, escrevendo, comentando, citando; o aluno atento resumindo a seu modo.

Dá boa ajuda ao pesquisador que busca aprender, aumentando sua confiabilidade na autoaprendizagem, eliminando dúvidas.

A Gramática Normativa tem três partes.

Fonética e Fonologia, parte que estuda os sons da fala, das vogais, das consoantes, ressaltando como articulamos nossa voz, os sons dos vocábulos, que formam os fonemas, como são, com nossa fala lenta, ligeira, mesmo que digam que existe o som de uma taquara rachada, e outras definições feiosas. Admiramos tenores, barítonos, contratenores, cantores líricos, entre outras classificações, e sopranos (as sopranos), contraltos etc., cantoras líricas.

Como você pronuncia o efe de faca? O tê de titio? O vê de vaca? Seu efe é fricativo?

O eme em ‘maritaca, merda, mochila’. O eme final em uma forma verbal: falem, digam, comam. Carro e caro. Anões, anãos.

Para mim, essa é a parte mais difícil da Gramática, em especial como classificar as consoantes que usamos, conforme nosso sotaque, a região do falante. Influi nesse modo de falar o tipo de dentição que a pessoa tem? Não? Se você tiver uma ‘janelinha’ na parte superior da arcada dentária, rapaz, dá uma diferença enorme de como falar certos fonemas: o esse, o xis, o ch, o jota, o gê. Pindamonhangaba, Pivete, Facínora, Ressurreição.

Morfologia, também chamada Morfossintaxe, que estuda as classes gramaticais em si, com seus elementos mórficos, os radicais, os prefixos, os sufixos, as vogais temáticas. As classes gramaticais em si, que são dez.

Dez.

Deixe isso bem claro em sua mente.

As seis variáveis: substantivo, adjetivo, verbo, pronome, numeral, artigo (não necessariamente, nessa ordem).

As quatro invariáveis: advérbio, preposição, interjeição, conjunção (a ordem não importa). De cara, já vem uma ressalva: o advérbio é invariável, mas agora pode se tornar ‘agorinha’, depressa, ‘depressinha’, longe, ‘longinho’, e outros casos. Rapidamente pode vir a ser ‘muito rapidamente’, no caso analítico, mas é uma alteração.

Observações se justificam pelo fato de a gramática classificar vogais e consoantes de forma fixa, sem admitir que pode haver variação. Imagine os falares regionais, como se diz que o carioca pronuncia um esse chiante, e no caso da voz de alguém como cantor ou cantora. Escute a grande Elza Soares, sua voz meio rouquenha e ‘os enfoques’ dados a certas rimas. Há, sim, uma forma diferente de pronunciar consoantes ou vogais, o que nem sempre é fixo, invariável. No caso de advérbios, invariáveis, eles podem variar.

Sintaxe, com todas as possibilidades das construções frasais, em orações e períodos variam conforme o estilo do redator. A Literatura de Cordel, a poesia, os autores regionais (Guimarães Rosa seria entre os muitos com sua forma peculiar de dizer algo), e uma leva de fatos; o tamanho da frase, curta, longa, média; frases nominais diferentes das verbais, a gama de estilos influencia, sim, na forma de escrever.

Seria a parte mais flexível da Gramática Normativa?

A oração: O Brasil é uma República Federativa. Somos amigos. O homem constrói a casa. O Presidente da Nação viajou. (Essas  são chamadas orações absolutas, pois há apenas o período simples.)

O período simples: Entrou na casa. Comeu o doce amargo. Saiu às pressas. Viajou sozinho. Mora em apartamento.

O período composto: Entrou na casa e saiu dela. O menino comprou biscoito, e ela, um picolé.

A frase sem sujeito: Chove (embora se diga que a base da construção frasal é o conjunto sujeito e predicado). Se a oração sem sujeito tem somente predicado, essa classificação deveria ser melhor explanada e justificada.

Sujeito indeterminado. Roubaram o banco. O curioso é que podem saber quem roubou, mas não o querem dizer.

Algo que nos chama muito a atenção é a questão da Ortografia, que sofre solavancos de derrubar edifícios de 100 andares, uma vez que os cuidados parecem poucos, com deslizes cotidianos gritantes, a razão de devermos ser mais atenciosos e/ou respeitosos com a linguagem escrita e falada de quem não foi alfabetizado, ou o foi de forma precária.

Compadre, meu vizinho tem um problema ‘pecuário’, pois todo dia me vem pedir até uma pitada de sal, uma xícara de açúcar ou uma coada de café. Como pode viver assim? Podre coitado!

No supermercado, houve a solicitação à atendente para dividir o frango assado em duas partes. Ela pergunta: separar?

Separar, dividir, cortar, partir, não importa, mas ‘separar’ pode ser reservar o produto, guardá-lo em outro lugar, para uso posterior.

Não precisamos corrigir alguém que usa um sinônimo diferente do nosso.

O cliente no banco: Vim dar baixa em minha conta corrente. A gerente do setor diz: O senhor que dizer ‘cancelar’?

Uma grande gramática, falando de advérbios, registra locução verbal. Em se tratando de advérbio, é locução adverbial. Faltou revisão?

Fica assim.

Obrigado.

 

 

 

 

 

 

 

João Carlos de Oliveira

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