Eita!
Nós da ATL (Academia Teixeirense de Letras), de Teixeira de Freitas, temos conseguido algum sucesso em concursos literários pelo Brasil e pelo Mundo, como os confrades Almir Zarfeg, Erivan Santana e Athylla Borborema.
Sou um deles.
Esses cabras da peste, no bom sentido entre nós do Nordeste, são arretados.
Vezes há em que o cidadão imagina que somente a turma de grandes cidades é que consegue prêmios desse nível, imaginando a elite literária do País.
Uma moça simples de cidade do interior pode desempenhar uma função importante com elevada desenvoltura, o que para alguns só seria possível tal desempenho se fosse uma da Capital, ainda aluna de grande Universidade pública.
O interior também tem suas qualidades, moças bonitas, prefeitos éticos, cidadãos competentes, grandes poetas, bons médicos, professores dedicados, alunos de bom nível intelectual.
Etc.
Professor, pare de falar isso, vamos direto ao texto, porque não tenho tempo a perder (diria alguém).
Essa pressa é que nos atrapalha, sem o momento de vermos o canário da terra soltar seu trinado canoro, além de não conversamos com uma pessoa educada com boa visão de mundo ou saborearmos um prato típico de cidade da Chapada Diamantina, aqui na Bahia, como fiz em Itaberaba.
Que tal um pirão de leite bem feito com nacos da carne de sol do Sertão bem assada? Experimente, cara!
Vamos ao ilustre texto, e lhe dê uma nota, se possível.
Tresloucado poema abstrato
Sou um pássaro livre, e Safo, voluptuosa poetisa grega!
O sonho lindo de mãos juntas com minha amada,
Porém, acordo a navegar ondas traiçoeiras do Ipiranga,
Tentando-me, veementemente, não morrer afogado.
Inda, assim, o famoso ribeirão induz-nos ao amor platônico,
Mas minha iara voa para Paris a ver a Torre Eiffel desfraldar-se.
O requeijão de Jacobina, tão versátil quanto o de Itanhém.
A similaridade é degustada pelos Payayás da Chapada Diamantina
Ao se banharem nas águas tépidas do rio Água Preta zarfeguiano.
Trâmites atuais criam uma jaca amargurada e a esbaforida melancia,
As quais interno-as em uma subterrânea e brasileira Companhia.
Se a mãe desolada me pare na cuité, posso ser o natimorto moderno,
Pois o coitado, já desprotegido, tende a nascer cego e indigente.
O vagalume sofrido pousa no braço direito de minha cátedra
E nos pede socorro a não ser expulso de seu hábitat:
Quer viver a iluminar as torres digitais do Universo
Antes que todos os pirilampos sejam exterminados.
Embasada na sabedoria de que seu corpo retrata
A mais melodiosa e efêmera poesia abstrata,
A moça desnuda me tuíta sua imagem sensual,
Ao que lhe respondo no Espanhol recorrente:
Eres la princesa en el Desierto del Sahara
Dibujando alegremente el cielo en arena caliente,
La quiero, todavía, mi bella novia.
A par do ora dito, a face da Terra ferve-se e anda doentia,
Entanto, a Poesia, a suprema arte, age a fazê-la altaneira!
Viu? Releia, se precisar, e dê o veredito final. Os eméritos julgadores da Flip Tchê viram um sim fantástico.
Obrigado. Abraços.
João Carlos de Oliveira, o poeta-advogado, membro da ATL, cadeira 27.