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Como você escreve – “mega promoção” ou “megapromoção”?

O uso do elemento ‘mega’, derivado do Grego ‘mégas’, o mesmo que mégalo, que expressa a ideia de um milhão, tem causado dúvidas. Vê-se em panfletos, anúncios, cartazes que a grafia aparece como se fossem dois termos (mega desconto, mega feirão, mega promoção), entre outros. Assim como usamos ‘megabyte’, termo próprio da informática (que não está separado), conhecido dos técnicos, devemos usar ‘megadesconto, megafeirão, megapromoção, da mesma forma como temos megacefalia, megalomania, megadonte (que tem dentes muito desenvolvidos). Podemos lembrar que o termo sinônimo ‘mégalo’ não é desconhecido, uma vez que usamos ‘megalópole’ (ou megalópolis) (cidade muito grande, uma grande metrópole – Cidade do México, São Paulo, Nova Iorque, Tóquio). Já conhecemos megafone, megafônico, megalocardia (numa definição não-técnica, um coração muito grande). Comportando-se como se fosse um prefixo, cujo significado é ‘maior’ que o de híper (com acento gráfico por que está sozinho), usado em hipermercado, hiperacidez, hipertenso, entre outros, maior que súper (mesmo critério acima), usado em supermercado, supernova, superprodução, superpopulação, podemos usar ‘mega’ em outros vocábulos que criarmos – megatalento, megaevento, meganegócio, megaimpério. Se o vocábulo a que se junta o elemento mega já contiver ‘S’, para respeitar a pronúncia do termo – fonema cê -, temos a obrigação de dobrar esse S (evitando-se que venha a soar como zê). Veja com atenção: megassena (a grafia correta para indicar uma espécie de loteria), megassaldão (termo comercial), assim como se grafa megassismo (um sismo, ou terremoto, de grandes proporções).

A dúvida de se dobrar o S permanece na maioria das vezes em que o elemento mega é usado, até em jornais de grande circulação. O mais próximo da grafia correta é o uso do hífen – mega-sena, mas nem assim aparece; poder-se-ia grafar ‘mega-saldão’, para que os dois termos não ficassem ‘soltos’, a flutuar na boca de um banguela que chupa um caramelo estonteante.

Terminemos o texto (que seja do seu agrado) com um pensamento profundo de Madre Tereza de Calcutá: “As mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam”. Completemos a nosso modo – mãos filantrópicas são mais eficazes que lábios que apenas rezam.

Um abraço.

João Carlos de Oliveira

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