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Qual ou como é o seu tipo de linguagem? Como é a linguagem em reportagens ao vivo? Qual o seu nível de linguagem?

Estas e outras questões podem ser debatidas na sala de aula, como em artigos do dia a dia.

Como vemos a linguagem jornalística falada em noticiários do dia a dia?

Precisa ser culta ou um toque popular seria melhor para ser bem aceita?

Certo é que a linguagem, como já se disse, tem o condão de unir pessoas, mas em dado momento poderá afastar ou fazer com que o ouvinte se disperse e busque outro meio de comunicação, de convivência com os fatos modernos, que são muitos, desde as notícias regionais até as da Nação e do mundo.

E aí, vamo-nos falar como se nós ‘fosse’ um pouco de cada um, de cada coisa, de cada região, com o nosso falar e nosso modo de dizer que nós ‘quer se comunicar’, e pronto?

E cada um siga o seu caminho.

Mas que uma boa linguagem é bonita, é, sem mais nada para explicar.

Oi! tudo bem? Como vai? Como vão todos de sua família?

(…)

Bom-dia! Como vai Vossa Senhoria? Como vão todos os membros de sua família?

(…)

Boa-tarde, Meritíssimo! Como vai Vossa Excelência? A Justiça tem feito o que os reclamantes têm solicitado?

(…)

E aí, ‘cumpade? Cuma vai vosmecê’? E os ‘menino’ de sua casa? Todos estão como determina Nosso Senhor Jesus Cristo?

(…)

Rapaz, não encontrei o que queria no supermercado. ‘Tá uma merda! Cebola cara, cenoura valendo ouro, bisteca de porco com o preço nas alturas, e tudo o que a gente ‘queremos’ mais barato não acha. Imagine um quilo de picanha valer 40 ‘real’?

(…)

Boa-tarde. Seja bem-vindo! Seja bem-vinda! O (…) está começando agora com muitas informações pra você. Não ‘sai’ daí, que volto já, já!

(…)

O professor na sala de aula: ‘Como se deve escrever, estresse ou ‘stress’? Paralisia ou ‘paralizia’? Os obreiros de Deus ‘paralizaram’ hoje por duas horas a BR-0101 para ‘protestarem’ contra as ‘maus’ condições das estradas neste Município.

(…)

Professor, o que ‘tein haver’ vaso com vazar? Uma palavra escrita com S, outra com Z. Por que não seria tudo com Z: ‘vazo’ e ‘vazar’, ou com S: ‘vaso’ e ‘vasar’? Ou oito ou oitenta, como ‘dizia’ meus avós.

(…)

Rapaz, ‘vaso’, com S, porque vem do Latim vulgar ‘vasum’, já com essa letra, por isso, temos palavras como vasilha, vasilhame, vasoconstritor, vasodilatador, vasomotor etc.

E ‘vazar’, o verbo, sabe por que é com Z? Porque vem de vazio, que por sua vez vem de ‘vacivus’, do Latim. Palavra estranha, não? E de vazio formamos esvaziar. Essa família de palavras, ou família etimológica, é bem mais extensa: vazadouro, vazamento, vazante, vazão. Seus ‘parentes’ são vazio e vazar, que depois formam esvaziar, esvaziamento, esvaziado etc.

(…)

Olha! O governo ‘ele‘ ainda não definiu como vamos retirar ‘o dinheiro esquecido’ no BC, isto é, no Banco Central.

E olha só! A vida ‘tá’ muito difícil. O preço dos combustíveis está ‘os olhos da cara’.

Estamos de volta ao vivo! E olha só! O gás de cozinha vai subir mais ainda! (O gás vai-se dissipar nas alturas, mas o preço é que não vai cair.)

E o que acontece? O motorista de táxi está tomando prejuízos. Não dá mais pra fazer corridas pra os bairros mais distantes.

Quero lhe dar um conselho! Né, você sabe, ‘sô’ especialista em receitas de comida fast-food e sei como fazer um bolinho de cenoura com milho dos mais crocantes que ‘existe’. Tá! Me espere que já, já, volto. Não ‘sai’ daí.

(…)

Meu compadre, negócio de ocasião: troco duas mulas novas, xucras, por uma de carga de meia idade. O negócio é o seguinte: o preço da mula é cento e vinte, mas vendo hoje por cem.

(…)

Bom-dia! Quero um pisante bem macio, com preço mais em conta ‘pra mim’ usar num casamento de gente famosa! Você tem ou não tem? (O vendedor da sapataria moderna não entendeu nada. Ele nem sabe o que é um ‘vulcabraz passe-doble’. Nem eu.)

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Concerta-se‘ pneu de bicicleta furado por preço camarada. Vai encarar?

(…)

Você vai até àquela sinaleira e dobra a esquina à esquerda, que você chega lá. A Rodoviária fica logo ali…

(…)

Na minha terra, não se diz ‘sinaleira’, mas semáforo. Ah! Cara. Numa cidade, o povo ‘usam’ sinal, para dizer que temos que parar no vermelho. O amarelo diz ‘espere’, mas os carros ‘apressado passa’ direto. No verde, não dá tempo para todo mundo, e a gente corta pela direita mesmo. Nunca aconteceu nada comigo. Deus está no comando.

(…)

‘Fuxico’ é uma espécie de crochê, que fica bem bonito em roupas de crianças e senhoras.

(…)

Fuxico é você se envolver com a vida dos outros, sua fuxiqueira, por isso, que você tem problemas com o vizinho.

(…)

‘Carne suína’ é expressão muito conhecida, mas pouco se entende ‘carne ovina’, mesmo que esteja no dicionário e na gramática.

(…)

Crie, agora, suas frases, com seus exemplos supimpas.

O fato é que o regionalismo linguístico é bem-vindo, além de ser bonito, com sua grandiosa criatividade.

O que é chato é o modismo exacerbado, cheio de não-me-toques, como aquela frase que enfatiza “E o que acontece?”

A linguagem oral é imprevista e precisa de muita atenção. Podemos cometer alguns deslizes.

Um dia, alguém disse que ‘de graça’ não ‘dava’, que fosse comprar onde achasse mais barato.

O governo tem taxado com alíquota muito alta o combustível.

O cara foi ‘taxado’ de antipático, e se esqueceram de que tachar não vem mesmo de tacha, que guardava água ‘potável’ da cacimba. Tachar é dizer que você é adepto de algo estranho, censurar. Tachou-o (foi tachado) de intransigente.

Os governantes devem taxar os produtos de modo que não fiquem caros, mas não tachemos as pessoas de nojentas, porque cada uma tem seu estilo.

O estilo de falar, de ver, de escrever, de vestir, de andar com braços soltos ou presos.

Deixe a linguagem solta, à  vontade, mas correta, como você gosta de ser.

Abraços.

 

 

João Carlos de Oliveira

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